Construir em altura: O futuro das construções em altura

Em 2020, o mundo vai poder testemunhar a conclusão do seu primeiro edifício com mais de 1.000 metros de altura: a Jeddah Tower na Arábia Saudita. Com garantias de surpreender e de dar origem a manchetes fascinantes, a verdadeira história está no modo como as mudanças demográficas e a inovação inédita podem, brevemente, acelerar a quantidade de arranha-céus nos centros urbanos. Vejamos os desenvolvimentos que estão a impelir os nossos horizontes a atingir novas alturas.

Os edifícios altos podem ser vistos como peças de valor do mercado imobiliário, obras de arte ou símbolos de prestígio. Para David Malott, parceiro fundador numa firma de arquitetura com sede em Nova Iorque, e Presidente do Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH), eles são nada menos do que o futuro da humanidade.

"De uma perspetiva planetária, à medida que a população do mundo cresce, nós temos a necessidade de compactar a pegada da civilização", afirma.

Malott destaca que a urbanização continua a ser a tendência global. Mesmo no mundo desenvolvido, as cidades anteriormente definidas pelo flagelo da pós-produção estão agora a passar por uma fase de renascença à medida que se tornam centros de tecnologia e economias baseadas em serviços. "As pessoas querem voltar a viver nas cidades. É lá onde está a energia. É lá onde estão as oportunidades."

À medida que estes recém-chegados se mudam, a forma mais eficiente em termos energéticos e mais eficaz em termos de custos para acomodá-los a eles e aos negócios que trazem em conjunto é na vertical, ou seja, em edifícios altos e muito altos (com mais de 300 m) com ligações diretas ao transporte e a outras infraestruturas, afirma Malott. Isto já levou à intensificação da construção em altura, bem como a um enorme interesse por parte dos tecnologistas em formas para construir edifícios mais altos, mais inteligentes e mais intuitivos do que antes.

"Eu creio que ainda estamos no início de tudo. Nos últimos 20 anos, construíram-se mais edifícios altos do que nos 10 anos anteriores a esses, e o ritmo parece estar a acelerar. A trajetória geral é a da deslocação para cima e não para o exterior" afirma.

"COLHEITAS" DE EDIFÍCIOS

Em termos de engenharia, Malott afirma que, brevemente, poderemos ter edifícios com 1.600 metros de altura que utilizam a mesma tecnologia fundamental que tem sido utilizada nos últimos 40 anos. As melhorias progressivas em aço e betão, os materiais de construção de eleição, têm desfiado os limites da altura ao longo das décadas, mas superar agora o limite atual iria requerer aquilo a que ele denomina "salto quântico na inovação".

Malott cita a tecnologia do KONE UltraRope, uma substituição de fibra de carbono para cabo de aço do elevador, como sendo um desses saltos.

Ele acredita que haverá, apenas daqui a um ou dois anos, outros avanços radicais que vão de igual modo implicar a transição de materiais de aço e betão para materiais orgânicos baseados em carbono. Um exemplo é o interesse renovado na madeira, especificamente madeira combinada com betão, para criar estruturas compostas, tais como um material de construção para edifícios altos. Já foi usado para criar edifícios com até 20 pisos, afirma.

De uma forma semelhante, registaram-se progressos na utilização de caules de cogumelos esmagados misturados com aparas de madeira como um material isolante endurecido. Malott prevê que, mais adiante no futuro, talvez daqui a duas décadas, os edifícios tenham telas impregnadas de bactérias que podem reagir ao calor ao tornarem-se porosas.

"É muito mais sustentável cultivar materiais em vez de extrair materiais, e é mais sustentável fiar telas transformando-as em estruturas fortes em vez de derreter aço" afirma.

"Eu quero curar e reparar o nosso planeta porque já passamos o ponto de simplesmente sustentar o que temos. Temos de fazer algo radicalmente diferente. O crescimento e a "colheita" de edifícios são, definitivamente, algo que fará parte do futuro."

O CÉU É O LIMITE?

No mundo dos edifícios altos, os avanços nos materiais de construção e no software de design são, com certeza, estabelecidos para superar ainda mais os limites em termos de altura, um processo que vai impulsionar a inovação à medida que os designers são forçados a trabalhar em torno de novos problemas. Mas isso será uma boa estratégia? Qual será o limite dos limites?

"Haverá sempre vontade de criar ícones e estruturas mais altas do que as já existentes, mas não é disso que precisamos", afirma Malott. Ele não acredita que a tendência dominante do nosso futuro esteja nestes projetos gigantescos, mas antes nos conjuntos de edifícios com alturas entre 300 e 500 metros.

Tal como ele explica, os ganhos em termos de eficiência derivados de pessoas densamente acondicionadas num arranha-céus são desviados à medida que surgem outros problemas, como a necessidade de os utilizadores fazerem dois ou mais percursos no elevador para chegarem aos pisos superiores.

Outras limitações são psicológicas e fisiológicas. Por exemplo, os ocupantes dos pisos superiores sentem-se frequentemente claustrofóbicos porque não podem abrir janelas e aceder ao exterior. Para solucionar tal problema, os arquitetos têm de desenhar jardins no céu e outros espaços exteriores a uma altura protegida do vento. A evacuação em caso incêndio é outra questão quando envolve muitos lanços de escadas. Os edifícios podem ser concebidos de um modo compartimentado, sendo possível prescindir da evacuação, mas não é isso que fará os ocupantes sentirem-se seguros.

EXPERIÊNCIA DO UTILIZADOR

Felizmente, o desenvolvimento em edifícios altos não tem apenas que ver com o estabelecimento de novos recordes em altura, pois implica tornar os próprios edifícios mais capazes com a ajuda de um melhor poder computacional.

Malott prevê que, à medida que a aprendizagem automática e a inteligências artificial progredirem, os computadores que em tempos eram as ferramentas do arquiteto tornar-se-ão melhores do que os próprios arquitetos na realização do seu trabalho de design repetitivo. A função do arquiteto passará a focar-se na experiência do utilizador, um fator que por si só será impulsionado com tecnologia aperfeiçoada de sensor. Mallot acredita que uma série de sensores, que agora são mais baratos e melhores do que nunca, vai atuar como um sistema nervoso central do edifício, tornando-o muito mais reativo do que antes.

O edifício não será apenas capaz de medir e adaptar-se às mudanças de luminosidade ou verificar a integridade estrutural, mas também conseguirá conhecer os seus utilizadores, proporcionando a cada um uma experiência personalizada, afirma Malott. "Haverá uma ligação mais íntima entre o edifício e o utilizador. Tal como com as nossas aplicações e a nossa música, os edifícios serão capazes de se adaptar a cada utilizador individualmente, e isso será decisivo."

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